quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Ser assim. Onde está o medo?

Desligado do mundo
Tão mais honesto
Sem destino certo
eis um berço fecundo
...onde localizam teus sabores
dentre os diversos desamores

Que sentido tem tudo?
Nem tem porque saber!

Casa de ninguém
acordei e sonhava
como ainda sonho
na recuperação do sentido
constantemente à saber:
ao sabor tido
comedido
mal lido
e totalmente fudido!

São joguetes espirrados
na calada expiação
Jogam fogo no telhado
Onde expira a razão

Em voga os medos
A pressão em não pensar
A ação como ser supremo
E é claro, o medo de amar.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Revelação Psicótica

Foi encontrada uma imagem total!
Muito além dos versos de ontem
teus cabelos permeados de horizonte
Fixaram uma miragem no tempo

Tudo se comunica com o vento
Leva pro universo imprimidas paixões
Ventos siderais cheios de ais de amor
Cantorias elevadas num propósito, quase
Quase única dor!

Se fosses despreparada pra receber
o que não é possível dizer, diríamos:
Obrigado universo, pelos versos contidos
...sonhos soltos impressos em ti, meu Universo.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sonífera

Caminhos tortuosos
Desesperanças do recomeço
nas nuvens um tropeço
Suavidade na queda

O som das feras
ouvidas as quimeras
história de ninar

Dormiu assim, depois de caído
um segredo de mim.

sábado, 7 de agosto de 2010

Ensaio das Franquezas, e uma esperança.

I
Ensurdecedora sensualidade distante
Saudades do vestido de poá, que nunca vi
Silhueta imaginada que se sente
Ritmos dispersos que já vivi

O que há por trás da lona?
Promessas de virilidade apaixonante
Homem comandado pelo próprio circo
do bombardeio de testosterona...

Eis o palco de taras da mente
Cotidiano fiel da natureza
Embalo da torpeza

Contenção do animal demente
Sobreposição mental frequente
Formas de apaziguar o pênis

II
Evoluímos tão bem
desde os primórdios das cavernas
e agora com desdém se detém
os impulsos primitivos das mentes modernas

Estarrecedora apregoação subliminar
a de que os desejos sexuais não devem ser comedidos
aprimorem-se então
a proteção do amor dos vencidos

Velhos jargões retratam a cultura
depois da ditadura política vivemos a ditadura da libertinagem:
-Mulheres lindas no comercial
-Ensaios de bacanal no horário nobre
-Falsa conjectura de ascensão do pobre

e, muita sacanagem.

III

Encontremos nossa cara metade
Em meio aos turbilhões
Tem quem fatura bilhões
Mas, já não importa tal crueldade

Uma só vida para todos!
única constatação do ser humano igualado
você no teu vestido a mercê de mim
ultraje do amor esperançado!