sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Anagrama da tristeza do cisne

Devo afastar-me desse amor lento que não ouve quando lamento?
a maior sede de quem ama é o arrebatamento de quem se quer...

Aos trinta anos, o zeloso vê no mínimo mais cinquenta a perder
estatística-mente, embora amar não seja jamais idade um empecilho
especialmente para alma-mente de ideias vivas a arder
onde o amor carnal que lhe parecia fundamental
numa idade mais avançada velho, certamente
os gritos de uma morte anunciada na juventude
precipitam a morte do amor visceral submerso
em breves versos de um jovem homem
que ao pensar em sua senilidade implacável
não vê senão outra pessoa além...
para estar na plenitude do pertencimento
junto num viver inenarrável
desprovido do teu desdém

tempo curto amor eterno
vida longa sem teu amor

depois do fim voltarei cisne
s-e-n-t-i, sou t-i-s-n-e.
Anagrama do cisne sem-ti.  

2 comentários:

  1. Muito profundo esse poema......entra na alma e quase chega a doer.
    Te conheço quase nada, mesmo assim te vi nele.

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  2. Nils! Já faz algum tempo que sou leitora assídua do teu blog e acompanho cada produção que postas. Fico muito orgulhosa de acompanhar a evolução da tua escrita e de poder reconhecer como és fiel aos teus sentimentos nos poemas e contos que produz...AMEI todas as novas postagens e espero ainda acompanhar muuuitas outras. Nunca jogue fora essa habilidade que tens de expressar ideias e sentimentos através da poesia. Muitos beijos carinhosos "Jujubizinha".

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