sábado, 10 de abril de 2010

Lapso de fim de tarde

Numa parada a buscar palavras

Ao vento embalsamadas

Pela angustia inebriante....


 

O cansaço mental

Inexiste e o cheiro urbano

Aquece os corações

Nas pequenas cidades

Nos mais longínquos rincões


 

Esse homem moderno

De andar atarefado

Esse passarinho ladino

A beliscar o mingau frio esquecido na janela

Esse moleque malandro

Que vaga pelas escadarias

A espreitar o aposentado na sua aposentadoria

O olhar cismado da moça no horizonte

A igreja na praça da beata em sua fronte

Muitas vidas pulsando por destinos

Desatinos, desencontros

Amores no boteco da esquina

Todos súditos, por um viver melhor

Cotidianos num comércio de almas

Esperando o próximo ônibus

Cativos na calada dor/esperança.

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