sábado, 10 de abril de 2010

Ser chato como um bem-te-vi

Caladas em mim as chatices

A eterna insatisfação

Inelutável criação

Bestialidade das meninices


 

De quais razões importam a causa?

Fadigas da alma

Cotidiano aprisionado

Na calma do morto

De cruas carnes

A deleitar os vermes

Que me espreitam diariamente


 

Sapiência mortal da finitude

Aparta-me de uma vez

Tola maldita!

Conscienciosa de si

Tal qual o bem-te-vi

Sobrevoa a massa cinzenta

Nublando o colorido da vida

Quem dera a ignorância!

Dos pássaros do campo

Sabedores de seus instintos

Cuidam seus filhos

Sem saber da condição fúnebre

Que lhes aguardam

São chatos para proteger seus ninhos

Esses felizes passarinhos!


 


 

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