Caladas em mim as chatices
A eterna insatisfação
Inelutável criação
Bestialidade das meninices
De quais razões importam a causa?
Fadigas da alma
Cotidiano aprisionado
Na calma do morto
De cruas carnes
A deleitar os vermes
Que me espreitam diariamente
Sapiência mortal da finitude
Aparta-me de uma vez
Tola maldita!
Conscienciosa de si
Tal qual o bem-te-vi
Sobrevoa a massa cinzenta
Nublando o colorido da vida
Quem dera a ignorância!
Dos pássaros do campo
Sabedores de seus instintos
Cuidam seus filhos
Sem saber da condição fúnebre
Que lhes aguardam
São chatos para proteger seus ninhos
Esses felizes passarinhos!
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