sábado, 10 de abril de 2010

Tormento

Que temor a solidão

Vezes outras se lamentam

O condão do sofrimento

Quem se liga nesse vão?


 

Afastado do tormento

Que se apartam deste mal

Eis o vulto purulento

Sacra via vital


 

Malogrado poeta-dor

Machuca a fé despretensiosa

Tira da vida as rosas

Ocamente a poetar


 

Desígnio da tristeza pura

Ri-se macabro teu algoz

Ora que terreno é esse da candura?

Que largamente distam anos-luz

Alegoria da literatura

Ou alegria das quimeras?


 

Obstina-se homem-fera

Pois teu fim não é tão próximo

Sê altista e ladino

Tal qual o alpinista andino

Cujo patrocínio duma multinacional

De sua abastada família real

Impulsiona-o para morte

Da aventura nas grandes montanhas mundiais

Por um motivo:

Dinheiro, poder e reconhecimento.

Eis o tormento, nada mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário